Este Blog tem por objetivo explorar temas relacionados à Educação Cristã e ao Ensino Bíblico. Acredito que o conhecimento das Escrituras é essencial para o crescimento espiritual e a formação de discípulos comprometidos. Neste espaço, compartilho insights, reflexões e recursos para enriquecer sua jornada de fé.
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sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

LIÇÃO 2 - O DEU PAI

 1° TRIMESTRE DE 2026  EBD ADULTOS


TEXTO ÁUREO
Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.”
(Mateus 11.27c)
 

VERDADE PRÁTICA
Conhecemos a identidade, os atributos e a glória do Deus Pai por meio da revelação de Cristo e da ação do Espírito Santo.


LEITURA DIÁRIA

 Segunda – Mateus 6.9
 
■ O Pai é nosso Pai celestial


 Terça – Daniel 6.4
 ■
O Senhor é o único Deus verdadeiro


 Quarta – João 5.26

 ■ O Pai tem a vida em si mesmo


 Quinta – 1 Timóteo 2.5
 ■ O Filho é mediador entre o Pai e os homens


 Sexta –  Gênesis 17.1
 ■ Deus, o Pai, é Todo-Poderoso


 Sábado – Êxodo 3.14
 ■ Deus é o "Eu Sou"



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 11.25-27 • João 14.6-11

Mateus 11
25 — Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.
26 — Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.
27 — Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

João 14
6 — Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
7 — Se vós me conhecésseis a mim, também conhecerieis a meu Pai; e já desde agora o conheceis e o tendes visto.
8 — Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
9 — Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
10 — Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
11 — Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.


Hinos Sugeridos: 27 • 141 • 581 da Harpa Cristã



■  INTRODUÇÃO
A doutrina da Trindade é um mistério revelado e central à fé cristã: um só Deus em três Pessoas coeternas, consubstanciais e distintas — o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Dentre essas três Pessoas, estudaremos nesta lição a Identidade, a Revelação e a Pessoa de Deus, o Pai. Aquele de quem procedem o Filho e o Espírito. Ele é a fonte eterna da divindade: Criador, Redentor e Revelador. Por meio da fé, somos convidados a conhecer e nos relacionar com 0 Pai Celestial.

Palavra-Chave: Pai

I – A IDENTIDADE DE DEUS, O PAI
1. O Pai é o único Deus verdadeiro. O Pentateuco declara “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor" (Deuteronômio 6.4). Deus, no Antigo Testamento, é um só Deus, que se revela pelos seus nomes, pelos seus atributos e pelos seus atos (Horton, 1997, p. 159). O Novo Testamento apresenta o Pai como Deus por excelência, identificado seis vezes com 0 título de “Deus Pai” (João 6.27  l Coríntios 15.24  Gálatas 1.1,3  Efésios 6.23  l Pedro 1.2). Além dessas ocorrências explícitas, a Bíblia frequentemente se refere a Deus como “Pai”, destacando seu papel como Criador e Sustentador do Universo (Isaías 63.16 • Mateus 6.9  Efésios 4.6). O próprio Jesus se refere a Deus como “Pai”, e ensina os discípulos a orarem “Pai nosso, que estás nos céus” (Mateus 6.9), reforçando a necessidade de um relacionamento pessoal com Deus.

2. O Pai é a fonte da divindade. Nossa Declaração de Fé professa que Deus é o Supremo Ser, é Eterno, nunca teve começo, princípio e nunca terá fim (Deuteronômio 33.27), pois Ele existe por si mesmo: “como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo” (João 5.26). Ele é o Deus imutável, desde a eternidade, desde antes da fundação do mundo (Salmos 90.2  Malaquias 3.6  Tiago 1.17). Ele é o Criador do céu e da terra, e de tudo que neles existe (Isaías 45.18  Atos 17.24). Ele é o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (João 20.31); Ele é Espírito doador e mantenedor de toda a vida (Jó 33.4). O Pai é a Primeira Pessoa divina da Santíssima Trindade, portanto, Ele é a origem e fonte eterna da divindade, de quem o Filho é gerado e de quem o Espírito procede (João 15.26  Hebreus 1.1-3).

3. O Pai age por meio do Filho e do Espírito. A paternidade é o papel da primeira pessoa da Trindade. Assim, o Pai opera por meio do Filho e por meio do Espírito Santo (1 Coríntios 12.4-6  Efésios 4.4-6). Isso não implica inferioridade, mas expressa a maneira como as três Pessoas operam inseparavelmente, cada uma conforme sua distinção pessoal. O Pai proclamou as palavras criadoras (Salmos 33.9), e o Filho as executou (João 1.3). O Pai planejou a redenção (Tito 1.2), e o Filho as realizou (João 17.4). Quando o Filho retornou ao céu, o Espírito Santo foi enviado pelo Pai e pelo Filho para ser o Consolador e Ensinador (João 14.26). Conforme o Credo de Atanásio (Séc. V): “nenhuma das três pessoas é antes ou depois da outra; nenhuma é maior ou menor do que outra. Mas as três pessoas são coeternas e coiguais”.


SINOPSE I
Deus Pai é o único Deus verdadeiro, eterno e soberano, a fonte da divindade, que age por meio do Filho e do Espírito Santo.


II – O PAI REVELADO EM CRISTO
1. O Pai se revela aos humildes. Jesus exalta ao Pai acerca de uma profunda verdade espiritual: “...ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos, e as revelaste aos pequeninos” (Mateus 11.25). Os primeiros, intitulados sábios (gr. sophós) são aqueles que detêm “inteligência e educação acima da média”. Os outros, os instruídos (gr. synetós), são as pessoas com “cultura e instrução”. Esses vocábulos caracterizam os fariseus e os escribas, que se vangloriavam de sua formação privilegiada, mas que padeciam de cegueira espiritual. Significa que os mistérios do Reino de Deus não são revelados aos soberbos, aos que se consideram sábios aos próprios olhos (Provérbios 3.7). O Pai se dá a conhecer aos “pequeninos” (gr. népios), àqueles que possuem a humildade das crianças (Mateus 18.2-4).

2. O Pai se faz conhecer pelo Filho.
Cristo afirma que o conhecimento do Pai é mediado exclusivamente por Ele. A intimidade entre o Pai e o Filho é absoluta e perfeita: “ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus 11.27). Essa declaração revela dois princípios importantes: (1) o Pai é um ser pessoal e relacional (Salmos 46.10  Isaías 46.9); e, (2) só é possível conhecer a Deus por meio do Filho, o único mediador entre Deus e os homens (João 14.6  1 Timóteo 2.5). O Filho é o intérprete supremo do Pai, o único capaz de revelar sua natureza, vontade e amor (João 1.18  Hebreus 1.1). Sem Cristo, qualquer tentativa de conhecer o Pai será incompleta ou distorcida, e fadada ao erro e a idolatria (João 10.30  Colossenses 1.15  2.8,9).

3. Quem vê o Filho vê o Pai. No diálogo com Filipe, Jesus revela outra verdade sublime: “quem me vê a mim vê o Pai” (João 14.9). Essa declaração ratifica à doutrina da unidade da Trindade. Jesus é a perfeita expressão do Pai: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa” (Hebreus 1.3). A unidade entre Pai e Filho é essencial e inseparável: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30). Não significa que são a mesma Pessoa, mas que compartilham a mesma natureza divina. A obra, as palavras e o caráter de Jesus são expressão direta da ação do Pai (João 14.10,11), que opera por meio do Filho, e o Filho age em total comunhão com o Pai (João 4.34  5,30  6.38-40  8.28,29). Conhecer Jesus é desfrutar da presença do Pai (João 14.21,23).


SINOPSE II
O Pai é plenamente revelado em Cristo, sendo conhecido apenas por meio do Filho, que é a expressão exata do seu Ser.


III – A PESSOA DE DEUS PAI
1. Atributos incomunicáveis do Pai. São qualidades exclusivas da divindade. Elas pertencem apenas ao Deus Pai (bem como ao Filho e ao Espírito), e não podem ser compartilhadas pelo ser humano. Os principais atributos são: Autoexistência, Deus existe por si mesmo, não depende de nada para existir (Êxodo 3.14  João 5.26); Eternidade, Deus não tem começo nem fim, não está limitado pelo tempo (Salmos 90.2 • Isaías 57.15); Imutabilidade, Deus não muda, Ele é sempre o mesmo (Malaquias 3.6; Tiago 1.17); Onipotência, Deus é todo-poderoso e nada pode frustrar seus desígnios (Jó 42.2  Lucas 1.37); Onisciência, Deus conhece perfeitamente o passado, o presente e o futuro (Salmos 139-1-6  Hebreus 4.13); Onipresença, Deus está, ao mesmo tempo, presente em todos os lugares (Salmos 139.7-10  Jeremias 23.24). Estes atributos, portanto, revelam que nosso Deus é absoluto e sem limitação alguma.

2. Atributos comunicáveis do Pai. São qualidades divinas que, de alguma forma, Deus compartilha com suas criaturas, ainda que de maneira limitada. Refletem os aspectos do caráter e da moral de Deus que podem ser vistos, em grau menor, no ser humano criado à sua imagem e semelhança (Gênesis 1.26,27). Dentre eles, destacam-se: Santidade, Deus é Santo, e chama seus filhos a serem santos em toda maneira de viver (Levítico 19.2  1 Pedro 1.15-16); Amor, Deus é amor em essência, e podemos amar a Deus e ao próximo como reflexo desse amor (Mateus 22.37-39  1 João 4.8); Fidelidade, Deus é sempre fiel, e também somos desafiados a ser fiéis (2 Timóteo 2.13  Apocalipse 2.10); Bondade, Deus é bom em todo o tempo, e somos exortados a agir com bondade em nossa conduta diária (Salmos 100.5  Gálatas 5.22).

3. Os nomes que revelam o Pai. Os nomes de Deus não tratam apenas de sua identificação, mas revelam sua natureza, obras e virtudes (Salmos 9.10). O nome Elohim (Gênesis 1.1), apesar do plural, reafirma o monoteísmo (Deuteronômio 6.4) e alude à pluralidade da Trindade (Gênesis 1.26); El Shadday (Gênesis 17.1) revela Deus como o Todo-Poderoso (Gênesis 28.3; 35.11); Adonai (Salmos 8.1) e o grego Kyrios (Atos 2.36) manifestam sua autoridade como Senhor (Isaías 6.1  Filipenses 2.11); o tetragrama pessoal YHWH, revelado como “Eu Sou o Que Sou” (Êxodo 3.14  6.13), enfatiza a eternidade e a imutabilidade de Deus (Salmos 68.4  Malaquias 3.6). Esses nomes divinos identificam a primeira Pessoa da Trindade, sua soberania, poder e eternidade, aspectos fundamentais da doutrina cristã sobre a grandeza e a majestade de Deus.


SINOPSE III
Os atributos e nomes de Deus Pai expressam sua natureza, santidade, amor e autoridade, revelando quem Ele é e como se relaciona com sua criação.

 CONCLUSÃO
A doutrina Bíblica da Santíssima Trindade é a revelação concreta da vida divina compartilhada entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Nesta lição, vimos que Deus, o Pai, é o Deus verdadeiro, eterno e soberano, revelado plenamente em Cristo. Ele é o autor da criação, o planejador da redenção e o sustentador da vida. Conhecer o Pai por meio do Filho é a essência da vida eterna (João 17.3). Que essa verdade desperte em nós o desejo sincero de conhecer, amar e obedecer ao Pai que, em Cristo, nos adotou como filhos (João 1.12 • Romanos 8.15).


REVISANDO O CONTEÚDO


1. Como Deus se identifica no Antigo Testamento?
Deus, no Antigo Testamento, é um só Deus, que se revela pelos seus nomes, atributos e atos.

2. O que afirma o Credo deAtanásio (séc. V) a respeito das três pessoas da Trindade?
“Nenhuma das três pessoas é antes ou depois da outra; nenhuma é maior ou menor do que outra. Mas as três pessoas são coeternas e coiguais.” (Credo deAtanásio, séc. V).

3. O que significa a expressão dita por Jesus: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30)?
Significa que o Pai e o Filho compartilham a mesma natureza divina, embora sejam Pessoas distintas.

4. O que são os atributos incomunicáveis do Pai?
Qualidades exclusivas da divindade: autoexistência, eternidade, imutabilidade, onipotência, onisciência e onipresença.

5. O que são os atributos comunicáveis do Pai?
Virtudes divinas que Deus compartilha de forma limitada com suas criaturas, como santidade, amor, fidelidade e bondade.


LIÇÕES DO TRIMESTRE


SUMÁRIO


Lição 2 - O Deus Pai
Lição 3 - O Pai Enviou o Filho
Lição 4 - A Paternidade Divina
Lição 5 - O Deus Filho
Lição 6 - O Filho como o Verbo de Deus
Lição 7 - A Obra do Filho
Lição 8 - O Deus Espírito Santo
Lição 9 - Espírito Santo — O Regenerador
Lição 10 - Espírito Santo — O Capacitador
Lição 11 - O Pai e o Espírito Santo
Lição 12 - O Filho e o Espírito
Lição 13 - A Trindade Santa e a Igreja de Cristo



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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

LIÇÃO 1 - O MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 1° TRIMESTRE DE 2026  EBD ADULTOS


TEXTO ÁUREO
Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
(Mateus 3.17) 

VERDADE PRÁTICA
A doutrina da Trindade é central à fé cristã: um só Deus em três Pessoas que coexistem e atuam harmoniosamente na Obra da Redenção.


LEITURA DIÁRIA

 Segunda – Marcos 1.9-11 
 
■ A Trindade revelada no batismo de Jesus


 Terça – Isaías 42.1
 ■
O Servo do Senhor em quem Deus se compraz


 Quarta – Mateus 28.19

 ■
A fórmula batismal trinitária na Grande Comissão


 Quinta – 2  Coríntios 13.13
 ■
A bênção apostólica e a comunhão trinitária


 Sexta –  Efésios 4.4-6
 ■
Um só Espírito, um só Senhor, um só Deus


 Sábado – 1 Pedro 1.2
 ■
A obra redentora trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 3.13-17

13 — Então, veio Jesus da Galileia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele.
14 — Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15 — Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.
16 — E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
17 — E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.


Hinos Sugeridos: 4 • 8 • 100 da Harpa Cristã



■  INTRODUÇÃO
O batismo de Jesus retrata um dos momentos da revelação divina sobre a natureza trinitária de Deus. Nele, de maneira simultânea, as três Pessoas da Trindade se manifestam: o Filho é batizado, o Espírito Santo desce como pomba e o Pai fala dos céus. O episódio fornece uma base sólida para a doutrina da Trindade. Nesta lição, vamos abordar o mistério da Trindade sob três aspectos: a revelação no batismo de Jesus, a distinção e unidade das pessoas divinas e a relevância da Trindade para a fé cristã.

Palavra-Chave: Trindade

I – A REVELAÇÃO TRINITÁRIA NO BATISMO DE JESUS
1. O batismo do Filho: a obediência de Cristo. Jesus, o Deus encarnado (João 1.14), desceu às águas do Jordão para ser batizado por João Batista (Mateus 3.13). Este ato, à primeira vista, pode parecer desnecessário, já que Jesus não era um pecador (2 Coríntios 5.21 • Hebreus 4.15). Contudo, Ele disse: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mateus 3.15). Jesus não precisava ser batizado como uma forma de expressar arrependimento (Mateus 3.6). Contudo, Ele submeteu-se a essa tradição judaica, associando-se à condição dos pecadores que veio salvar (Mateus 5.17). Assim, o batismo de Jesus é um gesto de identificação com a humanidade pecadora e uma atitude de obediência ao plano redentor do Pai. Esse é o início visível da missão messiânica, que culminaria na cruz (Filipenses 2.8).

2. A descida do Espírito: a unçâo para o Ministério. Logo após sair das águas, Jesus viu os céus se abrirem e Jesus viu os céus se abrirem e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea como uma pomba (Mateus 3.16 • Marcos 1.10 • Lucas 3.22 • João 1.32). Essa manifestação visível indicava ser Ele o Messias prometido, o Cristo, literalmente “o Ungido” de Deus (Isaías 11.2 •  42.1). Essa unção, porém, não deve ser confundida como uma “adoção do Espírito”, como se Jesus passasse a ser o Messias naquele instante. Antes mesmo do batismo, Ele já era o Filho de Deus (Lucas 1.32). Portanto, a vinda do Espírito sobre Jesus na ocasião do batismo representa sua unção pública e visível, marcando o início de seu ministério terreno e capacitando-o para cumprir a missão redentora, conforme as profecias messiânicas (Isaías 61.1,2 • Lucas 4.18-21).

3. A voz do Pai: a aprovação celestial. Por fim, uma voz audível do céu proclama: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3.17 • Lucas 3.22 • Marcos 1.11). Trata-se de uma declaração solene e pública do Pai, que não apenas confirma a identidade messiânica, mas também a divindade de Jesus. Essa afirmação remete às mensagens messiânicas e proféticas de que Jesus é o Filho eterno, o Ungido de Deus, aquele que agrada plenamente ao Pai (Salmos 2.7 • Isaías 42.1). A voz celestial não inaugura sua Filiação, mas a proclama diante da humanidade, confirmando a encarnação do Verbo (João 1.14). Desse modo, a voz de Deus no batismo autentica não somente a missão redentora de Jesus, mas, ainda, demonstra sua Filiação divina: Ele é o Filho em quem o Pai tem completo prazer.


SINOPSE I
A revelação da Trindade no batismo de Jesus confirma que o Pai, o Filho e o Espírito Santo coexistem eternamente e atuam harmoniosamente na obra da redenção.


II – A DISTINÇÃO E A UNIDADE DAS PESSOAS DIVINAS
1. Unidade e distinção pessoal. A doutrina da Trindade afirma que Deus é uma só essência (Gr. ousia), mas subsiste em três pessoas distintas (Gr. hipóstases). A Obra da Redenção, por exemplo, é trinitária em sua essência: o Pai planeja e elege (Efésios 1.4); o Filho executa a obra expiatória (João 3.16 • Hebreus 9.12); e o Espírito aplica os benefícios da salvação (Tito 3.5 • Romanos 8.16). Assim, a unidade divina, longe de contradizer a Trindade, é enriquecida por ela, revelando um Deus que é, ao mesmo tempo, uno em essência e Triúno em Pessoa. O Deus bíblico não é uma unidade absoluta, monolítica ou impessoal, mas sim uma unidade composta e dinâmica, eternamente subsistente em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.

2. A Pluralidade na Unidade no Antigo Testamento. 0 Antigo Testamento aponta para uma pluralidade dentro da unidade divina. O nome hebraico Elohim, plural de Eloah, é utilizado para designar o Deus único de Israel: “No princípio, criou Deus (Elohim) os céus e a terra” (Gênesis 1.1). No texto, o sujeito (Deus) está no plural, enquanto o verbo “criou” (bara) está no singular, indicando uma pluralidade pessoal em uma única essência divina. Essa estrutura gramatical incomum reaparece em outros textos bíblicos (cf. Gênesis 1.26 • 3.22 • 11.7 • Isaías 6.8). Essas passagens evidenciam que o monoteísmo do AT não nega a Trindade, mas admite pluralidade interna na divindade. Assim sendo, a doutrina da Trindade não contraria a unidade de Deus conforme revelada nas Escrituras, mas a completa e a qualifica.

3. A Trindade Explicitada no Novo Testamento. A Trindade não é vista como três deuses, mas como três Pessoas em um único Deus. Por exemplo, na fórmula batismal “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19); o substantivo singular “nome” (Gr. ónoma), indica uma só essência, seguida por três Pessoas distintas. O mesmo ocorre na bênção apostólica “a graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos” (2 Coríntios 13.13); esse texto associa as três Pessoas de modo equitativo. Ainda, as Escrituras afirmam que fomos “eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo” (1 Pedro 1.2); aqui a participação das três Pessoas divinas na obra da salvação é nitidamente evidenciada. E Paulo acrescenta “há um só corpo e um só Espírito... um só Senhor... um só Deus e Pai de todos” (Efésios 4-4-6); essa tríade (Espírito, Senhor, e Deus Pai) reflete obviamente a estrutura trinitária da divindade.


SINOPSE II
A unidade e a distinção das Pessoas divinas mostram que a Trindade não é três deuses, mas um só Deus em essência, revelado como Pai, Filho e Espírito Santo.


III – A RELEVÂNCIA DA TRINDADE PARA A FÉ CRISTÃ
1. Desenvolvimento doutrinário da Trindade. A doutrina da Trindade não é uma elaboração tardia da fé cristã, ela emerge das Escrituras como a revelação progressiva do Deus vivo (Deuteronômio 6.4 • Marcos 12.29 • Romanos 1.3,4 • Isaías 7-14 • João 16.13 • 2 Coríntios 3.17). Sua plena compreensão foi definida nos primeiros séculos da Igreja. O Concilio de Niceia (325 d.C.) proclamou que o Filho é “da mesma substância” (Gr. homoousios) do Pai, condenando a ideia de que Ele fosse uma criatura exaltada. O Concilio de Constantinopla (381 d.C.) completou a formulação trinitária ao afirmar a divindade do Espírito Santo. Desde os primeiros séculos, estudiosos da fé cristã têm ensinado a perfeita unidade em Deus, sem confundir a identidade de cada pessoa divina. Assim, aprendemos que o Pai, eterno e não gerado, é a fonte; o Filho é gerado do Pai; e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Desse modo, o apóstolo Paulo ensina a natureza trinitária da espiritualidade cristã: o cristão ora ao Pai, por meio do Filho, no poder do Espírito Santo (Efésios 2.13,18).

2. Implicações doutrinárias. A negação da Trindade resultou em heresias. O triteísmo (crença em três deuses separados) viola a unidade de Deus, pois a Bíblia revela a existência de “um só Deus” (1 Coríntios 8.6). O unitarismo afirma que somente o Pai é Deus, negando a divindade de Cristo e do Espírito Santo, contrariando as Escrituras que ensinam a divindade de ambos (João 1.1 • Atos 5.3,4). O unicismo (ou modalismo), ensina que Deus se manifesta em três formas sucessivas, porém, no batismo de Jesus está claro que as três pessoas são distintas e se manifestaram simultaneamente (Mateus 3.16,17). Assim sendo, o monoteísmo bíblico ensina que “há um só Deus que subsiste em três pessoas distintas”. A compreensão distorcida dessa doutrina tem sérias implicações para a salvação: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3). A doutrina da Trindade é inseparável do Evangelho, pois o Deus que salva é o mesmo Deus que se revela.


SINOPSE III
A doutrina da Trindade é indispensável para a fé cristã, pois revela o Deus que salva e garante a integridade do Evangelho.


 CONCLUSÃO
Compreender a Trindade é fundamental para manter a fidelidade doutrinária. Ela não apenas protege a integridade da revelação de Deus, mas também sustenta toda a estrutura da salvação. Crer na Trindade é crer no Deus que salva e que se manifesta plenamente como Pai, Filho e Espírito Santo. Por isso, a doutrina da Trindade deve ser confessada, celebrada e ensinada como um fundamento inegociável da fé cristã.


REVISANDO O CONTEÚDO


1. Por que Jesus desceu às águas do Jordão para ser batizado por João Batista, se ele não precisava ser batizado como expressão de arrependimento?
Porque Ele quis identificar-se com os pecadores e cumprir toda a justiça.

2. O que significava a manifestação visível do Espírito no batismo de Jesus? 
Foi a unção pública e visível para o início do seu ministério messiânico.

3. O que afirma a doutrina da Trindade no que diz respeito à unidade e distinção pessoal de Deus?
Que Deus é um só em essência, mas subsiste em três Pessoas distintas.

4.. Qual a relevância do desenvolvimento doutrinário da Trindade para a fé cristã?
Preservar a verdade do Evangelho e a integridade da revelação de Deus.

5. Explique a diferença entre triteísmo, unitarismo e unicismo.
O triteísmo crê em três deuses separados; o unitarismo nega a divindade do Filho e do Espírito; o unicismo ensina que Deus se manifesta em modos diferentes, mas não como Pessoas distintas.


LIÇÕES DO TRIMESTRE


SUMÁRIO


Lição 2 - O Deus Pai
Lição 3 - O Pai Enviou o Filho
Lição 4 - A Paternidade Divina
Lição 5 - O Deus Filho
Lição 6 - O Filho como o Verbo de Deus
Lição 7 - A Obra do Filho
Lição 8 - O Deus Espírito Santo
Lição 9 - Espírito Santo — O Regenerador
Lição 10 - Espírito Santo — O Capacitador
Lição 11 - O Pai e o Espírito Santo
Lição 12 - O Filho e o Espírito
Lição 13 - A Trindade Santa e a Igreja de Cristo



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sábado, 6 de dezembro de 2025

EBD - ADULTOS - 1ª TRIMESTRE DE 2026

 1° TRIMESTRE DE 2026  EBD ADULTOS

▣ TEMA: A SANTÍSSIMA TRINDADE

O Deus Único Revelado em Três Pessoas Eternas

✍ COMENTARISTA: Douglas Baptista


EM BREVE!


SUMÁRIO

Lição 2 - O Deus Pai
Lição 3 - O Pai Enviou o Filho
Lição 4 - A Paternidade Divina
Lição 5 - O Deus Filho
Lição 6 - O Filho como o Verbo de Deus
Lição 7 - A Obra do Filho
Lição 8 - O Deus Espírito Santo
Lição 9 - Espírito Santo — O Regenerador
Lição 10 - Espírito Santo — O Capacitador
Lição 11 - O Pai e o Espírito Santo
Lição 12 - O Filho e o Espírito
Lição 13 - A Trindade Santa e a Igreja de Cristo



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