Este Blog tem por objetivo explorar temas relacionados à Educação Cristã e ao Ensino Bíblico. Acredito que o conhecimento das Escrituras é essencial para o crescimento espiritual e a formação de discípulos comprometidos. Neste espaço, compartilho insights, reflexões e recursos para enriquecer sua jornada de fé.
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

NADA VAI ME IMPEDIR: EU VOU PARA A EBD!

NADA VAI ME IMPEDIR: EU VOU PARA A EBD!


Às vezes, a decisão de ir para a Escola Bíblica Dominical parece simples, mas na prática se torna uma verdadeira batalha interior e exterior. A imagem retrata bem essa realidade: alguém querendo avançar, correr, prosseguir — mas sendo puxado por forças contrárias.

Para muitos, essas “cordas” têm nomes:

• O desânimo, que sussurra que “hoje não vai fazer diferença”.
• O cansaço da semana, que tenta convencer que mais alguns minutos na cama são melhores do que aprender a Palavra.
• As distrações, que puxam para outros compromissos aparentemente mais urgentes.
• A luta espiritual, que tenta impedir o crescimento, a comunhão e a edificação.

E, ainda assim, dentro do coração existe o desejo de ir, de aprender, de crescer, de se aproximar de Deus. É como o homem da imagem: a vontade é correr para frente, mas as pressões ao redor tentam segurá-lo.

Ir para a EBD é mais do que cumprir um compromisso — é uma declaração de guerra contra tudo o que tenta nos afastar de Deus. Cada domingo que alguém decide estar lá é uma vitória espiritual. É dizer: “Nada vai me impedir de conhecer mais ao Senhor.”

E quando finalmente chegamos, percebemos que valeu a pena. A Palavra renova, fortalece e corta as cordas que nos seguravam. A comunhão anima, a fé cresce e o espírito se fortalece.

Por isso, mesmo quando parecer difícil, não desista. A EBD é um lugar onde Deus fala, cura, direciona e transforma. Lutar para chegar lá faz parte da caminhada — mas cada passo em direção à Casa do Senhor é um passo rumo à vitória!



NÃO SAIA SEM ANTES

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Se você deseja começar bem o dia com a Palavra de Deus, clique no link abaixo:



quarta-feira, 8 de outubro de 2025

VASTI: A CORAGEM DE DIZER NÃO


No livro de Ester, encontramos uma mulher que aparece brevemente, mas cuja atitude ecoa com força e coragem ao longo dos séculos: Vasti, a rainha que ousou dizer não ao rei Xerxes.

O Contexto da Corte Persa
O rei Xerxes (Assuero), governante do poderoso Império Persa, decide realizar uma festa grandiosa que dura 180 dias, seguida por mais sete dias de banquete para todos os habitantes da cidadela de Susã. Era um momento de ostentação, poder e vaidade.
Durante esse banquete, já embriagado e cercado por seus oficiais, o rei ordena que Vasti, sua rainha, se apresente diante dos convidados para mostrar sua beleza. A ordem não era apenas um convite real — era uma exposição pública, uma tentativa de transformar a dignidade da rainha em espetáculo.

A Recusa que Mudou a História
Vasti recusa. Ela não se curva. Ela não se apresenta. E com isso, desafia o costume, o poder e a expectativa de submissão.
Sua recusa provoca indignação entre os nobres. Eles temem que outras mulheres sigam seu exemplo. Por isso, aconselham o rei a remover Vasti do trono e a buscar outra rainha — alguém que fosse mais “obediente”.
Assim, Vasti é deposta, e sua saída abre espaço para a entrada de Ester, que mais tarde se tornaria instrumento de salvação para o povo judeu.

A Coragem de Ser Íntegra
O que muitos veem como rebeldia, pode ser visto como dignidade. Vasti não se curvou à exposição humilhante. Ela preservou sua honra, mesmo diante do poder do império.
Aprendo com esta passagem que nem todo “não” é rebeldia. Às vezes, é um ato de fé, de respeito próprio, de obediência a valores mais altos.
Vasti nos ensina sobre limites. Mesmo em posições de destaque, há momentos em que é preciso dizer: “Isso não glorifica a Deus, e eu não participarei.”
Ela perdeu a coroa, mas manteve a integridade. E isso é algo que o mundo não pode tirar. 
Quantas vezes somos pressionados a agradar, a ceder, a nos moldar ao que o mundo espera? 
Que possamos aprender com Vasti a valorizar a dignidade, a resistir à exposição desnecessária, e a honrar a Deus acima de tudo.
Vasti nos ensina que a dignidade vale mais que a posição que ocupamos. Ela poderia ter cedido, mantido sua coroa, agradado o rei. Mas escolheu preservar sua honra.
Em um mundo que muitas vezes exige que nos moldemos aos padrões da vaidade, da exposição e da submissão sem propósito, Vasti nos lembra que dizer “não” pode ser um ato de fé.
Ela não aparece mais nas Escrituras, mas sua atitude permanece como um símbolo de resistência silenciosa, de firmeza e coragem diante daquilo que é preciso dizer não.

Aplicações para Hoje
Mulheres de Deus: Que possam se inspirar em Vasti para manter sua dignidade, mesmo quando isso custa aplausos ou posições.
Homens de Deus: Que aprendam a respeitar o valor da mulher, não como objeto de exibição, mas como parceira, auxiliadora, digna e honrada.
Líderes espirituais: Que saibam discernir entre autoridade e abuso, entre honra e humilhação.

Conclusão
Vasti saiu da história pela porta da coragem. E embora tenha perdido a coroa, ganhou um lugar na memória dos que valorizam a integridade. Que sua atitude inspire líderes, mulheres e homens a viverem com firmeza, mesmo quando o mundo exige concessões.
Que o Espírito Santo nos dê sabedoria para saber quando falar, quando calar, e quando dizer não — mesmo que isso nos custe posições e fim de privilégios e comodidades.


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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

ENFRENTAR OU FUGIR? — UM CLAMOR DA ALMA EM SALMOS 55.1-8


Há momentos em que a alma se encontra em um vale profundo, cercada por sombras de angústia, medo e confusão. O coração bate acelerado, não por alegria, mas por aflição. Os pensamentos se embaralham, e o espírito clama por alívio. Foi nesse cenário que Davi escreveu os versos de Salmos 55.1-8 — um grito sincero de quem está entre dois caminhos: enfrentar a dor ou fugir dela.

“Inclina, ó Deus, os teus ouvidos à minha oração, e não te escondas da minha súplica.”  - Versículo 1.

Davi não começa com força, mas com fraqueza. Ele não inicia com louvor, mas com súplica. Seu coração está ferido, e sua alma está inquieta. Ele não pede vitória, pede atenção. O primeiro passo para enfrentar qualquer dor é reconhecer que precisamos de Deus. Fugir pode parecer mais fácil, mas não cura. Enfrentar exige fé, mas traz restauração.

“Sinto-me perplexo em minha queixa e ando perturbado…” - Versículo 2.

A perplexidade é o retrato de quem não entende o que está acontecendo. Davi está confuso, perturbado, como quem perdeu o chão. Quantas vezes nos sentimos assim? Quando a traição vem de quem amamos, quando a injustiça nos atinge, quando o medo nos paralisa. A alma quer fugir, mas o espírito sabe que só em Deus há resposta.

“Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me cobriu.” - Versículo 3.

Aqui, Davi revela o impacto emocional da dor. Ele não está apenas triste — está aterrorizado. O tremor não é físico, é espiritual. O horror não está fora, está dentro. E então, ele expressa um desejo que muitos já sentiram:

“Quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso.” - Versículo 6.

Esse é o clímax do conflito: fugir parece ser a solução. Voar para longe, escapar do problema, se esconder no deserto. Davi não quer enfrentar — ele quer desaparecer. 
Mas o deserto não cura, apenas silencia por um tempo. Fugir não resolve, apenas adia. E mesmo que voássemos como pombas, o coração nos seguiria.

“Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento e da tempestade.” - Versículo 8.

A tempestade é real. O vento é forte. Mas há um abrigo que não está no deserto, está em Deus. Davi começa o salmo pedindo que Deus incline os ouvidos. E essa é a chave: não é sobre fugir ou enfrentar com nossas forças, mas sobre confiar que Deus está ouvindo.

Pense nisso:
Fugir é humano. Enfrentar é divino. E quando não temos forças para lutar, podemos clamar como Davi. Deus não se esconde da súplica sincera. Ele não despreza o coração quebrantado. Ele não exige coragem perfeita, mas fé verdadeira.

Se hoje você está diante de uma dor que te faz querer fugir, lembre-se: Deus está inclinado para ouvir sua oração. E quando Ele ouve, Ele age. Não fuja da dor — enfrente-a com Deus ao seu lado. Pois o Senhor é refúgio, é força, é abrigo na tempestade.


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terça-feira, 23 de setembro de 2025

A AÇÃO DO TEMPO NA VIDA DO HOMEM: UMA PERSPECTIVA BÍBLICA

O tempo é uma das realidades mais misteriosas e inevitáveis da existência humana. Ele não pode ser detido, acelerado ou revertido. Desde o momento em que o homem é formado no ventre, até o último suspiro, o tempo atua como um agente silencioso, moldando, revelando e conduzindo cada pessoa ao seu destino eterno.

Tempo: Criação de Deus
A Bíblia começa com uma afirmação temporal: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1.1). O tempo, portanto, é uma criação divina, estabelecido para ordenar a existência terrena. Deus, sendo eterno, está fora do tempo, mas escolheu operar dentro dele para se relacionar com o homem.

O salmista declara: “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos, ou, havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado” (Salmos 90.10). Moisés, autor desse salmo, nos convida a refletir sobre a brevidade da vida e a buscar sabedoria: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Salmos 90.12).

O Homem e o Tempo
O ser humano vive em constante relação com o tempo. Ele envelhece, amadurece, aprende, sofre, cresce e morre. Cada fase da vida é marcada por experiências que só o tempo pode proporcionar. A juventude é cheia de vigor e sonhos; a maturidade traz responsabilidades e reflexões; a velhice, memórias e sabedoria.
Salomão, em sua sabedoria, escreveu: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1). Ele descreve uma série de opostos que revelam a dinâmica da vida: nascer e morrer, plantar e colher, chorar e rir. Essa alternância mostra que o tempo é um instrumento pedagógico de Deus.

Tempo e Eternidade
A ação do tempo na vida do homem não é apenas física, mas espiritual. O tempo revela o caráter, prova a fé e prepara o coração para a eternidade. Paulo exorta: “Remindo o tempo, porque os dias são maus” (Efésios 5.16). Isso significa viver com propósito, aproveitando cada oportunidade para glorificar a Deus.

A vida terrena é passageira, mas a eternidade é permanente. O tempo presente é o campo onde se planta a semente da fé, da obediência e da esperança. Jesus disse: “A noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (João 9.4), alertando sobre a urgência de cumprir a missão enquanto há tempo.

Aplicações Práticas
• Valorize o tempo como dom de Deus
Cada dia é uma dádiva. Viver com gratidão e propósito transforma o cotidiano em adoração.

•  Planeje com sabedoria, mas dependa de Deus
“Não vos preocupeis com o dia de amanhã” (Mateus 6.34). Planejar é sábio, mas confiar no Senhor é essencial.

•  Invista em relacionamentos eternos
O tempo deve ser usado para amar, perdoar, ensinar e servir. Essas ações ecoam na eternidade.

Prepare-se para o fim com esperança
A morte não é o fim para quem está em Cristo. O tempo presente é preparação para o encontro com o Criador.

•  Ensine outros a viver com propósito
Como pastor, eu tenho a missão de ensinar que o tempo não é apenas cronológico, mas kairológico — cheio de momentos oportunos para Deus agir.


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sexta-feira, 19 de setembro de 2025

DIA NACIONAL DA EBD

A Escola Bíblica Dominical (EBD) é uma das instituições mais importantes da educação cristã no Brasil, com raízes que remontam ao século XVIII na Inglaterra e que floresceram em solo brasileiro a partir do século XIX.

Origens no Mundo
A EBD nasceu em 1780, na cidade de Gloucester, Inglaterra, idealizada por Robert Raikes, um jornalista evangélico preocupado com a situação das crianças pobres e ociosas aos domingos. Ele criou uma escola que funcionava nesse dia, ensinando leitura, escrita, moral, civismo e princípios cristãos. Apesar da oposição inicial, o movimento cresceu rapidamente, alcançando 250 mil alunos em apenas quatro anos.

Chegada ao Brasil
A Escola Dominical chegou ao Brasil em 19 de agosto de 1855, por meio dos missionários escoceses Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley, na cidade de Petrópolis (RJ). A primeira aula contou com apenas cinco crianças, mas foi o início de um movimento que se espalharia por todo o país.

Antes disso, há registros de reuniões dominicais em 1836, organizadas pelo missionário metodista Justin Spaulding, voltadas para estrangeiros no Rio de Janeiro. No entanto, foi o casal Kalley quem estabeleceu a EBD de forma permanente e acessível à população brasileira.

Desenvolvimento nas Denominações
A EBD se tornou parte essencial das igrejas evangélicas brasileiras, especialmente nas Assembleias de Deus, onde a primeira aula foi realizada em agosto de 1911, na casa do irmão José Batista Carvalho, em Belém do Pará. Havia quatro classes: homens, senhoras, meninos e meninas. Missionários como Samuel Nyström e Nils Kastberg foram pioneiros na produção de revistas e materiais didáticos para a EBD.

Importância Atual
Hoje, a Escola Bíblica Dominical é considerada o maior projeto de estudo sistemático da Bíblia nas igrejas cristãs. Ela é oferecida para todas as faixas etárias — crianças, adolescentes, jovens e adultos — e é vista como um espaço de formação espiritual, doutrinária e de liderança.

Participe da Escola Bíblica Dominical!

¹⁸ Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém. 


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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

BODE EXPIATÓRIO


A expressão “bode expiatório” é amplamente utilizada no cotidiano para se referir a alguém que é injustamente responsabilizado por erros ou falhas alheias. No entanto, sua origem é profundamente enraizada na tradição bíblica do Antigo Testamento, mais especificamente no ritual do Dia da Expiação (Yom Kippur), descrito no livro de Levítico, capítulo 16.

• Contexto Bíblico e Ritual Judaico
No antigo Israel, o Dia da Expiação era o momento mais solene do calendário religioso. Era o dia em que o sumo sacerdote realizava um ritual para purificar o povo de seus pecados e restaurar a comunhão com Deus. Esse ritual envolvia dois bodes:

Um bode para o Senhor – Este era sacrificado como oferta pelo pecado. Seu sangue era levado ao Santo dos Santos e aspergido sobre o propiciatório da arca da aliança, simbolizando a expiação dos pecados do povo.

O bode emissário (ou bode expiatório) – Este não era sacrificado. Em vez disso, o sumo sacerdote impunha as mãos sobre sua cabeça, confessando os pecados de toda a nação. O bode, carregando simbolicamente os pecados do povo, era então levado ao deserto e solto, afastando-se da comunidade, como sinal de que os pecados haviam sido removidos.

O termo hebraico usado para esse bode é “Azazel”, cuja interpretação é debatida. Alguns estudiosos entendem Azazel como o nome de um lugar desértico ou de um ser espiritual, enquanto outros o veem como uma representação simbólica da remoção do pecado.

• Significado Espiritual e Teológico
O bode expiatório representa a transferência da culpa e a libertação do juízo divino. É uma imagem poderosa da misericórdia de Deus, que oferece meios para que o pecado seja afastado da comunidade. Esse ritual apontava profeticamente para a obra redentora de Jesus Cristo, que, segundo a teologia cristã, tornou-se o verdadeiro “bode expiatório” ao carregar sobre si os pecados da humanidade e morrer em lugar dos culpados.

Como está escrito em 53.4-7:

⁴ Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
⁵ Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.
⁶ Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
⁷ Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.  

• Uso na Linguagem Popular
Com o tempo, a expressão “bode expiatório” passou a ser usada fora do contexto religioso, ganhando um sentido figurado. Hoje, ela descreve qualquer pessoa ou grupo que é culpabilizado injustamente para que outros escapem da responsabilidade. É comum em contextos políticos, sociais e até familiares, onde alguém é escolhido para “levar a culpa” por algo que não fez.

• Reflexão Pastoral
A figura do bode expiatório nos convida a refletir sobre a justiça, a misericórdia e a responsabilidade. Em um mundo que frequentemente busca culpados em vez de soluções, o ensinamento bíblico nos lembra que o verdadeiro perdão exige reconhecimento do erro, arrependimento e graça. E que, em Cristo, temos não apenas um substituto, mas um Salvador que voluntariamente se fez maldito por nós, para que fôssemos reconciliados com Deus.


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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

CORNÉLIO: O CENTURIÃO QUE ABRIU AS PORTAS AOS GENTIOS



Cornélio era um centurião romano da coorte chamada Italiana, localizada em Cesareia Marítima — uma cidade portuária e centro administrativo da Judeia. Embora fosse gentio, ou seja, não judeu, Cornélio se destacava por sua fé sincera. Era descrito como “piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa”; alguém que praticava a oração constante e fazia muitas esmolas ao povo.

Esse perfil já o tornava incomum entre os romanos, mas o que realmente marcou sua história foi uma visão divina. Por volta da hora nona (cerca de 15h), Cornélio viu claramente um anjo que o chamou pelo nome e lhe disse: “As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus”. 

O anjo então o instruiu a enviar homens à cidade de Jope para buscar Simão Pedro, que estava hospedado na casa de um curtidor junto ao mar.

Enquanto os mensageiros viajavam, Pedro também teve uma visão: um lençol descia do céu contendo animais considerados impuros pela lei judaica, e uma voz dizia: “Levanta-te, Pedro! Mata e come.” Pedro recusou, mas a voz respondeu: “Ao que Deus purificou não consideres comum”.

Essa revelação preparava Pedro para algo maior — a quebra de barreiras entre judeus e gentios.

Ao chegar à casa de Cornélio, Pedro foi recebido com reverência, mas recusou ser adorado, dizendo: “Levanta-te, que eu também sou homem.” 

Diante de parentes e amigos reunidos, Pedro proclamou que “Deus não faz acepção de pessoas” e anunciou o evangelho de Jesus Cristo. Enquanto falava, o Espírito Santo desceu sobre todos os presentes, mesmo sendo gentios — um momento revolucionário que levou Pedro a ordenar que fossem batizados.

A conversão de Cornélio não foi apenas pessoal. Ela representou um divisor de águas: a confirmação de que o evangelho era para todos, sem distinção de origem, cultura ou tradição. Cornélio tornou-se símbolo da inclusão divina e da expansão da Igreja Primitiva para além das fronteiras judaicas.


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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

SEM DOUTRINA, DE QUE EVANGELHO VOCÊ ESTÁ FALANDO?

frase "Sem doutrina, de que Evangelho você está falando?", dita por Russell Shedd, expressa uma preocupação central do teólogo com a integridade e profundidade da mensagem cristã. Para Shedd, doutrina não é um acessório, mas o próprio conteúdo do Evangelho.

Ele acreditava que a fé cristã precisa ser ensinada, compreendida e vivida com base nas Escrituras, e que a ausência de doutrina leva a uma fé superficial e vulnerável.
Em suas entrevistas, Shedd lamentava a "falta de ensino bíblico profundo" nas igrejas brasileiras, destacando que muitos crentes têm aversão à soberania de Deus e não compreendem doutrinas fundamentais como o inferno eterno.

Ele via isso como resultado de um ensino teológico fraco, muitas vezes substituído por mensagens motivacionais ou pela teologia da prosperidade, que ele criticava por "falta de base bíblica".

Shedd também alertava para o perigo de líderes e igrejas que se afastam da "centralidade das Escrituras", adotando títulos e práticas que não têm respaldo bíblico. Para ele, a "autoridade espiritual deve vir da fidelidade à Palavra de Deus", e não de estruturas humanas ou carismas pessoais.

Essa frase, portanto, é um chamado à "responsabilidade teológica": se alguém diz que prega o Evangelho, mas rejeita a doutrina está, segundo Shedd, "pregando algo que não é o verdadeiro Evangelho".

Quando alguém diz que está pregando o Evangelho “sem doutrina”, pode estar tentando enfatizar uma abordagem mais relacional, emocional ou prática da fé, sem se prender a sistemas teológicos ou interpretações específicas. Mas isso levanta uma questão essencial: "é possível falar do Evangelho sem doutrina?"

A palavra "doutrina" vem do latim "doctrina", que significa "ensino". E o Evangelho, por definição, é uma mensagem que precisa ser ensinada, compreendida e vivida. O apóstolo Paulo, por exemplo, escreveu a Timóteo:

“Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça.” 

Ou seja, sem doutrina, o Evangelho perde sua estrutura, seu conteúdo e sua capacidade de transformar. A doutrina não é um peso, mas um guia que nos ajuda a entender quem é Jesus, o que Ele fez, e como devemos viver em resposta a isso.

Se alguém diz que está pregando o Evangelho sem doutrina, talvez esteja rejeitando tradições humanas ou interpretações rígidas — o que pode ser válido — mas não pode rejeitar o ensino bíblico essencial. 
Afinal, até mesmo o amor, a graça e a salvação são conceitos doutrinários.


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